Tema: IGREJA
João 5.1-8
Introdução: Betesda significa ‘casa de
misericórdia’ e este tanque ficava perto da ‘porta das ovelhas’. Isso nos
ensina que ao entrarem as ovelhas para se refrescarem junto à fonte de águas
vivas, experimentam a misericórdia de Deus e ao sair devem agir com
misericórdia para com as pessoas. Misericórdia significa colocar o coração no
lugar do coração da pessoa para sentir o que está sentindo.
Betesda foi criada para ser um lugar de abrigo às
pessoas necessitadas, mas com o tempo perdeu seu propósito, pois as pessoas
doentes se acumularam naquele lugar que antes era um lugar de rápida passagem
onde todos saíam curados.
Muitas vezes a Igreja também é como Betesda, um
lugar de misericórdia, onde as vidas vêm sedentas para buscar a Deus. Mas perde
seu propósito com o tempo e as pessoas vão se acumulando sem receber a
restauração que precisam.
Como deve ser a Igreja?
Vamos refletir sobre o propósito de ser Igreja
comparando com o tanque de Betesda:
1- Lugar de CURA: v.1 e 3,4
Não um lugar apenas de festas e eventos sociais (v.1), mas
um local onde vidas são curadas e restauradas por Deus.
O primeiro versículo diz que estava havendo uma
festa dos judeus, mas enquanto uns festejavam outros estavam enfermos e
esquecidos ali em Betesda.
A Igreja é um lugar de alegria! Mas é preciso saber
o motivo desta alegria para não festejarmos sem motivos como os discípulos que
se alegravam em vão e Jesus lhes disse “Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos
submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus” (Lucas 10.20).
Precisamos nos alegrar pela salvação de almas por que “de igual modo, há júbilo diante dos anjos de
Deus por um pecador que se arrepende” (Lucas 15.10).
Por outro lado a Igreja também é um lugar de chorar.
“Alegrai-vos com
os que se alegram e chorai com os que choram” (Romanos 12.15). Devemos chorar com
as pessoas que sofrem e depois nos alegrar juntamente com sua libertação.
Quando alguém chora acontece cura. O choro é um desabafo necessário para a dor.
Betesda estava sendo um lugar de dor e sofrimento
para muitas pessoas, mas naquele dia Jesus veio para trazer não uma alegria
vazia como das pessoas que festejavam sem saber o porquê, mas a alegria
verdadeira que vem de Deus. Aquele homem que sofria há 38 anos foi curado e
saiu dali alegre.
A Igreja deve ser um lugar de refúgio para quem está
triste. Quem entra triste sai alegre pela presença de Jesus. Quem chega enfermo
na Igreja sai curado pelo poder de Deus. Aí há uma verdadeira festa que começa
na terra e continua no céu.
A Igreja tem sido um lugar de cura pra você?
Não importa
como você chega à Igreja, o importante é como você sai: restaurado!
2- Lugar de ESTENDER A MÃO: v.2 e 5-7
Não um lugar de ficarmos separados por pavilhões e
status (v.2),
mas um local onde um ajuda o outro.
Em Betesda havia 5 pavilhões, que seriam como
degraus onde as pessoas ficavam. Era o que conhecemos hoje como fila por ordem
de chegada. Todos disputavam um lugar mais próximo do tanque para ter chance de
entrar na água e ser curado. Havia um clima de competição. Cada um disputava
com o outro. Ninguém estendia a mão para pessoas com mais dificuldades (v.7) por
isso aquele homem ficou ali tantos anos esperando alguém que o ajudasse.
A Igreja também muitas vezes fica como Betesda. Há
degraus e pavilhões. Existem cargos e status que separam as pessoas. Uns se
acham melhores que outros e mais pertos da bênção se esquecendo de estender a
mão para seu irmão. Existem cristãos que usam seus cargos na Igreja como se
fossem pavilhões.
A única coisa que aquele homem precisava é de alguém
que lhe estendesse a mão. Muitas vezes deve ter visto o anjo descer e mover as
águas, mas não havia quem lhe estendesse a mão (v.7). Neste sentido a Igreja não
deve ser assim.
A Igreja deve ser um lugar onde um irmão não se acha
melhor que o outro, onde um estende a mão ao seu próximo e o ajuda.
A Igreja é um lugar de estender a mão!
Nunca vá à Igreja para se achar melhor que outra
pessoa, nem se esqueça de estender a mão para quem precisa. Olhe para seus
irmãos não com olhar superior, mas em igualdade e amor.
Jesus chegou diante daquele homem em pé de igualdade.
Ele não subiu nos pavilhões. Foi humilde. Estendeu sua mão para ajudar aquela
vida que tanto precisava de apoio.
Aquele homem esperava um anjo que movesse a água,
mas com uma só palavra de Jesus foi curado. Muitas pessoas matam com suas
palavras ferinas. Cristãos e até pastores vivem amargurados por palavras
dolorosas, mas Jesus com sua palavra é capaz de curar.
Precisamos urgentemente em nossas igrejas, abrir mão
dos pavilhões de status, estender a mão para nossos irmãos e falar palavras de
cura como um bálsamo para os corações um do outro.
Você tem estendido a mão para seus irmãos na Igreja ou
mantém-se distante em algum pavilhão de status?
Chegue perto
dos irmãos da Igreja, estenda a mão, abrace, demonstre amor e fale palavras que
curam!
3- Lugar de trabalho: v.8 e 9
Não um lugar de disputas para ver quem chega
primeiro (v.4)
ou preocupar com legalismos (v.9).
Os fariseus ficaram furiosos por que era sábado e o
homem não podia trabalhar (v.10). Isso é legalismo. O home curado havia ficado
muitos anos parado e não queria saber se era sábado, o importante é que foi
curado!
A primeira coisa que Jesus mandou aquele homem fazer
foi trabalhar tomando o seu leito e indo para casa (v.8). Jesus não gosta de
bagunça e sujeira. Aquele homem não poderia sair dali curado e deixar sua cama
no meio do caminho, precisava levar seu leito e levar para sua casa. Isso é
trabalhar.
Um sintoma de cura, ou saúde, é o trabalho. Quem
está bem tem condições de trabalhar. Quem está doente não consegue trabalhar.
Isso mostra que a saúde espiritual de um cristão ou de uma igreja é revelada se
a pessoa está servindo em algum ministério. Cristão que não trabalha é por que
está doente espiritualmente.
O legalismo nas Igrejas impede muitas pessoas de
trabalhar servindo ao Senhor com seus dons por causa de regras que muitas vezes
impedem ao invés de incentivar.
A Igreja além de ser um lugar de cura e de estender
a mão, é também um lugar de trabalhar servindo ao próximo. O cristão assim que
é curado por Deus tem que começar a servir imediatamente. Chega de legalismos
que impedem o trabalho na obra de Deus.
Há muitos crentes que são curados por Jesus, mas não
querem carregar seu leito. Por isso as igrejas de auditório estão cheias de
pessoas que não querem servir. Trabalhar é necessário. É uma forma de
testemunhar que estamos sãos e capacitados por Jesus para o serviço. Meu pai
dizia que ‘quem não trabalha dá trabalho’. Isso é verdade. Por isso que muitas
igrejas estão cheias de legalismos e nada acontece. Pessoas que não trabalham
são capazes de criticar. Deus não quer ninguém à toa na Igreja. Todo cristão
deve ter um ministério.
Você tem trabalhado na Igreja?
Jesus te
curou, trabalhe para Ele!
Igreja é lugar de cura, de estender a mão e de trabalhar!
CONCLUSÃO
Aquele lugar que fora separado por Deus para operar
milagres se tornou em um lugar de status, disputa e festas. Mas quando Jesus
chegou se transformou em um lugar de cura, de estender a mão e trabalhar
juntos.
Não podemos permitir que a Igreja perca seu
propósito de curar vidas, de solidariedade e de trabalho para o Reino de Deus.
Quando não há cura, há tristeza na Igreja.
Quando não há um aperto de mão, existem diferenças entre os irmãos.
Quando não há trabalho, reina o legalismo.
Uma Igreja verdadeira transmite cura para os doentes, acolhida para os esquecidos e serviço para os salvos.
Betesda foi transformada pela presença de Jesus.
Assim a Igreja precisa ser renovada a cada dia pelo Espírito Santo para que
ninguém fique doente, separados uns dos outros ou sem trabalhar na Seara do
Senhor.
Jesus já te curou? Você já estendeu a mão para
alguém encontrar Jesus? Você já está trabalhando na obra de Deus!
Jesus quer
curar você para que estenda sua mão e trabalhe servindo ao seu próximo!
Uma pesquisa histórica que analisa a prática da evangelização cristã até o final do segundo século, buscando descobrir elementos da organização da Igreja, dos modelos de discipulado e de capacitação dos novos convertidos e das lideranças cristãs. A questão de fundo é como se dava a evangelização e o crescimento da igreja a partir dos primeiros cristãos com reflexões para a Igreja contemporânea.
88 páginas 14x21