Família Prodígio

-Tema: FAMÍLIA


Lucas 15.11-32
-Introdução: Todos conhecem esta história como a ‘parábola do filho pródigo’, contudo gostaria de mostrar que todos os membros citados nesta família foram pródigos de alguma maneira. Pródigo se refere a pessoas que desejam fazer coisas grandes, maiores que o normal, ir além do que é comum.
   Muitas famílias se dividem porque um não quer andar no compasso do outro e passa adiante deixando o resto para traz. Quando você deseja fazer algo maior ou inusitado, muitas vezes deixa a perder a convivência familiar. Não há nada de errado em querer fazer prodígios e alcançar grandes sonhos. Porém não podemos fazer isso sozinhos, deixando familiares fora deste sonho.

Quando somos pródigos? Alguns comportamentos que nos levam a ser pródigos são:

1º ANTECIPAÇÃO:
O filho pródigo quis fazer grandes coisas antes do tempo certo. Por isso procurou seu pai para antecipar o tempo de receber sua herança.
A ansiedade é um mau do século. Estamos acostumados com automatismos de equipamentos eletrônicos e com a rapidez da tecnologia, mas os relacionamentos não funcionam assim. É preciso esperar! Devemos deixar as coisas acontecerem na hora certa.

2º EXIGÊNCIAS:
O filho pródigo exigiu seus direitos de herança para realizar seus grandes sonhos. A herança só é recebida quando o pai morre, então o filho estava dizendo que a partir daquele momento seu pai tinha morrido para ele.
Muitos direitos como o amor, respeito e atenção são coisas que devemos receber naturalmente e não podemos exigir das pessoas. Uma herança é algo que não deve ser cobrado, mas apenas recebido como um presente. O relacionamento saudável é algo gratuito e sem cobranças.

3º EXPECTATIVAS:
O filho pródigo sonhou alto demais criando grandes expectativas para o futuro. Mas nestes grandes sonhos não havia lugar para seu pai, seu irmão e outros familiares. Por isso precisou ir para uma terra distante em busca de amigos e prazeres.
A consequência de um grande salto quase sempre é uma grande queda. A maior parte das decepções acontece porque muitas pessoas imaginam que o outro irá fazer algo e a pessoa nem sabe disso, então não corresponde.

Como o jovem que foi comer com os porcos, a pior coisa que alguém pode fazer é deixar de estar com a família (Lucas 15.16,17). Mas o rapaz que “desejava” estar com os porcos resolveu voltar para sua família e realizou prodígios em seu retorno. O pai também foi pródigo realizando grandes atos em prol da restauração de sua família.

Como realizar prodígios pela minha família?


Vamos aprender alguns prodígios que o filho e o pai realizaram em prol de sua família:

1- Prodígios do FILHO: v.17-21

Algumas atitudes grandiosas do filho ao retornar para casa foram:

a) ARREPENDIMENTO: “caindo em si” v.17
Quando o filho olhou sua situação e enxergou sua miséria ele se arrependeu de seus erros.
O primeiro prodígio que devemos fazer como família é cair em si e cada um assumir seus próprios erros deixando de olhar para o outro. Um grande obstáculo para as famílias é olhar para o passado e para os erros dos outros.

b) CONFESSAR: “lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti” v.18 e 21
O filho ensaiou sua fala (v.18) e na hora que encontrou o pai, disse como havia planejado (v.21).
Não adianta cair em si se não confessarmos os nossos erros. Na família, ao invés de ficar trocando acusações é preciso haver confissão e pedido de perdão.

c) HUMILDADE: “Já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus trabalhadores” v.19
O filho se humilhou diante do pai que um dia havia se exaltado. Agora preferia estar perto do pai como um empregado do que independente e longe da família.
Ser humilde é ser capaz de passar pela humilhação e ao invés de se tornar mais amargo aprender uma lição de vida dando a volta por cima. Na família um precisa dar honra ao outro nunca se considerando maior ou melhor que ninguém.

d) LEVANTAR: “levantar-me-ei” v.18 “levantando-se” v.20
O filho que estava prostrado num chiqueiro desejou levantar e realmente se levantou.
Se levantar após uma queda é um grande prodígio. Em nossos relacionamentos familiares caímos muitas vezes, mas precisamos aprender a levantar segurando nas mãos de Deus (Salmos 37.23,24).

Os prodígios realizados pelo filho ao voltar para casa foram maiores do que seus erros. Seu arrependimento, confissão, humildade e se levantar para começar de novo servem como exemplos de grandes coisas que podemos fazer pela família.
Você já cometeu algum erro contra sua família?
Se arrependa, confesse, seja humilde e se levante!
                              

2- Prodígios do PAI: v.20, 22-24

Os atos de grandeza do pai ao receber o filho foram:

 a) COMPAIXÃO: “quando o pai o avistou, e compadecido dele” v.20
O pai teve compaixão de seu filho. Poderia sentir dó ou pena, mas não é a mesma coisa. Compaixão é se colocar no lugar do outro para sentir o que sente.
Um grande prodígio que devemos fazer pela família é se compadecer um do outro. Procurar compreender o que cada um vive.

b) CORRESPONDER: “vinha ele ainda longe... correndo” v.20
O pai não aguentou esperar o filho chegar lentamente, talvez pelo cansaço, fraqueza ou até mesmo vergonha. Por isso correu ao seu encontro.
Muitas vezes quando alguém procura mudar na família, perde as forças porque não é correspondido. Às vezes criamos bloqueios mentais ou emocionais que não conseguimos corresponder ao outro. Certa vez ouvi alguém dizer que a pior forma de odiar é o desprezo.

c) CARINHO: “o abraçou e beijou” v.20
O filho que havia pensado que seria tratado como um empregado, foi recebido pelo pai como um filho. Mesmo cheirando chiqueiro o pai não hesitou em abraçar e beijar o filho.
Muitas vezes não abraçamos e beijamos as pessoas da família porque sabemos dos ‘chiqueiros’ um do outro e ficamos torcendo os narizes. Só que o que não podemos esquecer é que cada um de nós já teve seu próprio chiqueiro. Então devemos aceitar um ao outro como é e tratar com amor, respeito e carinho.

d) FESTEJAR: “o pai, porém disse aos seus servos: trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos” v.22,23
O pai teve pressa de mudar a situação para um momento de festa. As quatro coisas que o pai deu para o filho têm seu significado próprio:
-“a melhor roupa” representa uma imagem restaurada da personalidade do filho;
-“um anel no dedo” significa uma aliança de que seria novamente seu herdeiro;
-“sandálias nos pés” demonstra que não seria tratado como escravo, e sim filho;
-“o novilho cevado” era utilizado para rituais de purificação foi morto para representar o perdão dos pecados do filho.
Muitas famílias só se reúnem em velório. Chega de luto e tristeza é hora de festejar. Como o pai fez devemos parar de olhar os erros dos outros e passar a ver com roupas de festa, fazer uma aliança com nossos familiares que Deus nos deu, não tratar ninguém de maneira inferior e saber que o Cordeiro de Deus foi morto para perdoar nossos pecados.

Os prodígios realizados pelo pai para restaurar sua família nos ensinam que devemos nos compadecer de nossos familiares, corresponder um ao outro, fazer gestos de carinho que substituam nossos esbarros, e gastar mais tempo festejando juntos deixando os problemas do passado para trás.
Você gostaria de restaurar sua família?
Tenha compaixão, corresponda, seja carinhoso e se alegre com a sua família!

Faça algo grande pela sua família!

CONCLUSÃO: v.25-32

Quando se pensava que a história teria um final feliz, algo errado aconteceu. O filho mais velho ficou enciumado e começou a exigir seus ´prodígios’ com seu pai. Isso mostra que a história continua. Sempre vamos ter um filho pródigo na família. Sempre vamos ter que começar tudo de novo para trazer algum familiar de volta ao lar.
Com esta mensagem aprendo que não adianta querer fazer coisas grandes e perder o principal que é a família. Mas existem grandes atitudes que podemos fazer para que a família seja abençoada e esteja sempre unida.
Às vezes o que precisamos fazer para restaurar a família é algo tão grande que achamos que nem teremos forças, mas como disse o salmista no Salmo 108.12,13 podemos orar pedindo que “presta-nos auxílio na angústia, pois vão é o socorro do homem. Em Deus faremos proezas”.
Não seja pródigo querendo coisas grandes para si mesmo, mas faça prodígios ou coisas grandiosas em favor de sua família.
Você está disposto a fazer algo grande pela sua família?
Realize prodígios com a ajuda de Deus!

Rev. Welfany Nolasco Rodrigues

Pastor Metodista, professor e escritor. 45 anos. Casado com Ássima, pai de Heitor e Hadassa. Natural de Muriaé MG. Bacharel em Teologia pela UMESP.

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