Uma casa cheia de Amor

Tema: FAMÍLIA

pregação para família

Marcos 2.1-12
Introdução: Atualmente a Palavra amor tem sido banalizada. Tanto dizemos que amamos um sorvete quanto um amigo e até Deus. Mas o verdadeiro amor não é simples como gostar de um sorvete.
Existem vários tipos de amor que podemos perceber na sociedade atual. A linguagem grega na Bíblia diferencia este sentimento em termos específicos e apresenta basicamente três tipos de amor:

-Amor por afinidade (PHILEO): quando gosta de alguém que é um parente, amigo ou que faz parte do mesmo time, partido ou grupo social;
-Amor por interesse (ÉROS): que procura prazer eu retorno em troca da afetividade, quando se gosta de alguém por algo que tem ou faz.
-Amor incondicional (ÁGAPE): um amor espiritual capaz de fazer sacrifício sem medir esforços, que se doa em prol do outro independente de receber algo em troca e ainda aceita o próximo como é.

Durante seu ministério terreno, Jesus manteve uma residência em Cafarnaum para pousar nos intervalos de suas viagens missionárias (Marcos 2.1). A casa de Jesus foi o lugar onde um paralítico foi conduzido por seus amigos para ser curado. Naquele ambiente, o amor estava impregnado no ar. Certamente não existe exemplo maior de casa cheia de amor do que a casa do próprio Jesus. Aquela casa tinha amor porque tinha Jesus, pois “Deus é amor” (I João 4.8ª).


Como é uma casa cheia de amor?

Vamos refletir algumas características do amor presente na casa de Jesus narrado neste episódio da cura do paralítico:

1- AMOR que aproxima pessoas: v.2

A casa de Jesus estava lotada de pessoas. Não havia mais espaço para entrar. As pessoas foram ali não por causa de conforto ou qualquer interesse, mas porque sentiam o amor de Jesus por suas vidas.
A primeira característica do amor é atrair pessoas. O amor tem uma química que une corações.  A palavra de Deus afirma que “ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine” (I Coríntios 13.1). Não adianta ter tudo e fazer muitas coisas se faltar o amor.
Hoje vemos casas que têm muitos quartos com camas, uma televisão para cada um, computador individual e até banheiros privativos. O grande problema é que as pessoas se tornaram individualistas, não querem estar juntas.
Você tem sentido vontade de estar junto com as pessoas que ama?
O verdadeiro amor aproxima, nunca distancia!
 

2- AMOR que exerce misericórdia: v.3

Mesmo quem não conseguia entrar na casa de Jesus dava uma espiada pela janela ou porta para ver ou ouvir alguma coisa. Mas havia ali um homem paralítico que não conseguia se aproximar. Então quatro pessoas o ajudaram, carregando-o até Jesus. Aqueles homens podiam ir ver Jesus sozinhos, mas foram misericordiosos em ajudar o paralítico.
Misericórdia significa sentir a miséria do coração (MISER = miséria + CORDIA = coração). Ter misericórdia de alguém é sentir sua dor se compadecendo de seu sofrimento. Agir com misericórdia é ajudar até quem não merece, mas precisa conhecer o verdadeiro amor.
Não adianta dizer que ama alguém, mas não fazer nada. Por isso, “ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (I Coríntios 13.3).  Uma casa cheia de amor tem misericórdia do próximo, sentindo suas dores.
Você tem sentido misericórdia das pessoas?
O verdadeiro amor age com misericórdia.

3- AMOR que vence barreiras: v.4

Aqueles homens não conseguiam ver uma passagem para levar o paralítico até Jesus. Olhavam para um lado e para outro e não acharam caminho. Então olharam para cima e tiveram a ideia de descobrir o telhado. Assim, fizeram com muito esforço descobrindo a casa, subindo o paralítico e o descendo até onde estava Jesus.
O amor não vê apenas as dificuldades ou obstáculos, mas tem ousadia de romper as barreiras. Se disser que temos amor por alguém, mas não romper as barreiras, e “ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei” (I Coríntios 13.2). A melhor forma de vencer obstáculos é com muito amor.
Através da tecnologia e ciência a humanidade alcançou o espaço e outros planetas, as profundezas dos oceanos e os quatro cantos da terra, mas não consegue alcançar o coração de uma pessoa próxima. Conversamos com pessoas que estão distantes por telefone, e-mail e redes sociais, mas esquecemos muitas vezes de quem está perto.
Existe alguma barreira que você precisa vencer com amor?
Vença as dificuldades com o amor de Deus!

4- AMOR que crê no impossível: v.5ª

Os amigos daquele paralítico acreditaram que poderia ser curado. O próprio paralítico também creu.  Todos estavam vendo o movimento de telhas ou madeiras na cobertura, mas Jesus viu que tinham fé.
A fé precisa ser colocada em prática, pois “a fé sem obras é morta” (Tiago 2.26) e o verdadeiro amor “tudo crê” (I Coríntios 13.7). Quando ninguém acredita mais e parece não haver mais solução, lembre-se que com amor você pode crer no impossível.
A palavra de Deus ensina que “a fé que atua pelo amor” (Gálatas 5.6), ou seja, sem amor, mesmo se tiver fé não conseguimos nada. O próprio Senhor Jesus quando curava vidas é porque sentia grande amor por elas. Os apóstolos quando viam pessoas padecendo, sentiam profundo amor por suas vidas, então o amor atuava juntamente com sua fé e milagres aconteciam. A igreja primitiva era cheia de milagres porque tinham amor pelas pessoas acreditando no poder de Deus.
Você está desacreditado em alguém ou numa situação?
Com amor você pode acreditar no impossível!

5- AMOR que perdoa pecados: v.5b

Aquele ambiente cheio de amor estava sendo sentido somente por pessoas que já conheciam o verdadeiro amor que é Jesus. Por isso os escribas não conseguiam entender o que acontecia, julgando Jesus e o homem paralítico (Marcos 2.6-8). Mesmo num ambiente cheio de amor existem pessoas que estão com seus corações endurecidos e não sentem nada. Jesus anunciou o perdão de Deus que cura e restaura a alma. A maior dor daquele paralítico não era nas suas pernas e sim na sua alma por seus pecados.
O verdadeiro amor não julga aos outros porque o amor “não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade” (I Coríntios 13.6).  Ser julgado é doloroso e machuca. Julgar é uma forma de odiar.
Lembrar-se dos erros só traz culpa e dor. Por isso, quem ama perdoa quantas vezes for necessário (Mateus 18.21,22). A mágoa se torna uma ferida cancerígena como uma “raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hebreus 12.15). Quando nos aborrecemos com alguém, significa que amamos muito esta pessoa, se não, nem nos importaríamos com o que faz.
Você precisa perdoar alguém que te ofendeu?
O verdadeiro amor perdoa pecados!

6- AMOR que cura e levanta o próximo: v.11

Jesus percebeu que estava perdendo tempo com discussão e precisava manifestar seu amor na prática levantando o homem caído. Nesta hora Jesus converteu toda sua ira pela dureza dos escribas, transformando em amor que cura para restaurar aquela vida. Mas a ordem de Jesus parecia incômoda para um homem que não andava há tanto tempo. Mesmo assim ele se esforçou e conseguiu levantar.
Não podemos perder tempo com discussões e julgamentos. Estas coisas acontecem para nos tirar do alvo que é resgatar vidas. Enquanto estamos aqui discutindo quem está certo e quem está errado ou o que fazer, há vidas lá fora precisando ser curadas e erguidas. Existe uma ordem de Jesus que precisa ser obedecida “ide” (Mateus 28.20). Jesus quer que você levante imediatamente.
Quem ama não abre a ferida e sim traz bálsamo e alívio como remédio para a dor do outro. Quando amamos procuramos curar as dores do próximo, pois “o amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece” (I Coríntios 13.4). Se uma pessoa diz que te ama, mas não te desafia a levantar, este não é o verdadeiro amor. Muitas vezes uma pessoa é usada por Deus para te desafiar a se levantar e você acha que está sendo duro com você, mas esta é uma atitude de amor.
Você está precisando se levantar e ser curado?
O verdadeiro amor cura as feridas e ergue sua vida!

7- AMOR que dá glória a Deus: v.12

Mais uma vez o clima do amor tomou conta da atmosfera na casa de Jesus. Todos presenciaram a cura do paralítico. As pessoas começaram a dar glória a Deus exaltando o poder do amor. Naquele momento toda discussão acabou e começou o louvor ao Senhor. Não exaltaram aos amigos que carregaram o paralítico nem qualquer outra pessoa, mas somente deram glória a Deus.
O verdadeiro amor sempre glorifica a Deus. As obras do amor trazem os frutos do Espírito Santo (Gálatas 5.22). Quando alguém faz algo por amor, não é para mostrar a si mesmo porque o amor “não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal” (I Coríntios 13.5). 
Hoje vemos pessoas que dizem fazer caridade, mas estão interessadas em mostrar sua bondade e até mesmo em receber descontos no imposto de renda. Este não é o verdadeiro amor, pois o amor que vende Deus glorifica somente ao Senhor e não ao homem. Se as pessoas não reconhecerem o que você faz, não se importe porque Deus reconhece o amor que não se vangloria, ou elogia a si mesmo e “nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo” (Filipenses 2.3).
Quando você faz algo para os outros procura reconhecimento?
O verdadeiro amor rende glória somente a Deus!

A casa de Jesus é cheia de Amor!

CONCLUSÃO

O Senhor Jesus quer estar em sua casa para que sua casa seja cheia de amor. Também a Igreja precisa estar cheia da presença de Jesus e não do homem apenas, para que o clima de amor predomine no meio dos irmãos.
O amor foi encarnado numa pessoa que é o Senhor Jesus, portanto uma casa ou igreja só pode estar cheia de amor se estiver à presença de Cristo.
Você não precisa DE AMOR e sim DO AMOR que é o Senhor Jesus!
Gostaria que sua vida e sue lar seja cheio de amor?
Jesus é o Amor que preenche corações!

Rev. Welfany Nolasco Rodrigues

Pastor Metodista, professor e escritor. 45 anos. Casado com Ássima, pai de Heitor e Hadassa. Natural de Muriaé MG. Bacharel em Teologia pela UMESP.

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