A Unidade Cristã

-Tema: IGREJA


“para que sejam um” João 17.11, 21 e 22
-Introdução: Vivemos num mundo marcado por diferenças e divisões de todos os tipos, mas quando nos voltamos para Deus em Cristo, todas as diferenças são anuladas e todas as divisões são derrubadas, pois “para com Deus não há acepção de pessoas” (Romanos 2.11) e “o Senhor não vê como vê o homem” (I Samuel 16.7).
Em sua oração por nós, Jesus pediu enfaticamente que fossemos unidos, pois sabia que separados estaríamos vulneráveis. Precisamos seguir o exemplo de Barnabé quando conheceu os irmãos de Antioquia “viu a graça de Deus e se alegrou” (Atos 11.23). A unidade cristã ensina a nos alegrar ao ver a graça de Deus em outros irmãos, como disse Paulo que “se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo, que, assim como ele é de Cristo, também nós o somos” (II Coríntios 10.7).

Sua Igreja está desunida?

Baseado na oração de Jesus amos ver alguns motivos para que os cristãos sejam unidos:

1- O exemplo de Jesus 

João 17.11 “Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós
Jesus demonstrou o tempo todo a sua união com Deus. A Trindade revela a unidade Divina. Este deve ser o nosso maior exemplo para sermos unidos como irmãos. Para isso é preciso aceitar a autoridade dos superiores e respeitar a cada irmão com suas diferenças.
Cada cristão faz parte de uma igreja. A igreja local faz parte da Igreja Una de Cristo e esta não é dividida, mas é um corpo que formado por vários membros que constitui a presença de Cristo no mundo.
A unidade cristã começa primeiramente entre os irmãos. Por isso, a igreja local deve ser um corpo formado por ministérios membros uns dos outros e também ligado com outras igrejas locais.
A verdadeira igreja de Cristo é como a sua esposa e Cristo não tem várias esposas e nem várias igrejas. Se Jesus é o cabeça e a Igreja é o corpo, então você precisa estar no corpo que é a Igreja para estar em Cristo. Então não há desculpas para “deixar de congregar” (Hebreus 10.25).

2- O Testemunho para o mundo 

João 17.21 “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste
Jesus sabia que a comunhão seria um grande testemunho para ganhar vidas. E o contrário seria um péssimo exemplo que causaria descrédito à mensagem do evangelho.
Declaramos ser missionários quando atendemos ao chamado do Mestre “ide por todo o mundo e pregai o evangelho” (Mc 16.15). Esta obra é tão grande que uma Igreja sozinha não consegue realizar. Por isso é importante a união entre cristãos e igrejas. O nosso objetivo é a evangelização e não o proselitismo.
É perceptível que os pagãos e aqueles que se dizem céticos não compreendem os cristãos por se mostrarem tão divididos entre si e arredios quanto a pensamentos e grupos diferentes. Na Igreja Primitiva que “todos os que criam estavam unidos... caindo na graça de todo o povo” (Atos 2.44 a 47b) e a igreja crescia muito nessa ocasião.
Precisamos nos vigiar para não agir como Jonas que recebeu a tarefa da evangelização e não foi, ficou de fora olhando e esperando a ruína de Nínive, talvez seja por isso que a Igreja tantas vezes passe por “tempestades” e é engolida por “peixes”.
Nós, cristãos, devemos estender a mão a todos os que têm o coração reto para conosco como temos o coração reto para com os outros, unindo nossos interesses comuns em prol das necessidades urgentes da sociedade.

3- Glorificar a Deus 

João 17.22 “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos
Jesus declarou que transmitiu a Glória de Deus para que seus seguidores fossem um. Juntos deveriam visualizar somente a glória do Pai e nunca glorificar aos homens (João 12.43). A união deve ser em prol de um objetivo comum e o principal é glorificar a Deus.
Muitos crentes idolatram sua denominação e com isso estão dando glória ao homem. Mas Deus não divide a sua glória com ninguém (Isaías 42.8). A primeira barreira a ser transposta para que haja união verdadeira no corpo de Cristo é o preconceito, a ignorância e o desrespeito. Mas quando o povo de Deus se une, a glória é toda do Senhor Deus.
O Pentecostes que fez com que milhares de pessoas de lugares, culturas, idiomas e pensamentos diferentes viessem a se entender e se compreender, unindo-se num só propósito: servir a Deus. Por isso só o Espírito Santo pode traduzir nossas “línguas” e fazer-nos entender em nossas diferenças, promovendo a unidade na diversidade.
A Igreja como corpo de Cristo não pode se “conformar com este mundo”, mas deve buscar a “renovação da nossa mente” (Romanos 12.2) e da mentalidade do povo de Deus que ainda tem visto a esposa de Cristo como dividida em si.
É bom seguirmos o exemplo de Daniel que quando o rei Nabucodonosor mandou chamar todos os sábios, magos e encantadores do reino, que certamente seriam de diversas religiões, Daniel atendeu o chamado e foi como representante da sua fé e do seu Deus e nem por isso se dobrou diante de outros deuses.

Trabalhe pela unidade da Igreja!

CONCLUSÃO

Nós cristãos temos um Deus em comum, temos uma fé em comum, temos uma missão em comum e um inimigo em comum. Por isso precisamos notar que o que nos une é muito maior do que aquilo que nos diferencia uns dos outros. O objetivo da unidade cristã é “que todos sejam um para que o mundo creia” e se queremos que o mundo creia, precisamos ser um.
O povo de Deus vivencia um evangelho marcado pela cruz de Cristo, que é vertical e horizontal, então quando assumimos como válido para nossas vidas o sacrifício feito por Jesus nessa cruz, nos reconciliamos com Deus (vertical) e com o mundo (horizontal). Por isso o sacrifício de Jesus foi completo e determinante, pois nos ensina a “amar a Deus sobre todas as coisas (vertical) e ao próximo como a si mesmo (horizontal)”.
Jesus disse que “bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus (Mateus 5.9). Se você é um filho de Deus, então trabalhe para ajudar sua igreja estar unida e também que se uma com outras comunidades de fé dentro ou fora de sua denominação.

LIVRO: A Evangelização na Igreja Primitiva



Uma pesquisa histórica que analisa a prática da evangelização cristã até o final do segundo século, buscando descobrir elementos da organização da Igreja, dos modelos de discipulado e de capacitação dos novos convertidos e das lideranças cristãs. A questão de fundo é como se dava a evangelização e o crescimento da igreja a partir do Movimento de Jesus.
Rev. Welfany Nolasco Rodrigues

Pastor Metodista, professor e escritor. 45 anos. Casado com Ássima, pai de Heitor e Hadassa. Natural de Muriaé MG. Bacharel em Teologia pela UMESP.

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