-Tema: VIDA CRISTÃ
“Ao verem a intrepidez de Pedro e João,
sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que
haviam eles estado com Jesus”. Atos
4.13
-Introdução: A palavra ‘cristão’ no grego bíblico, christianos (cristianos)1 se refere aos
seguidores de Cristo. O sentido dado primeiramente ao termo era uma forma de
ridicularizar os crentes, por sua semelhança com Cristo. O termo está no
diminutivo, designando que seriam ‘pequenos cristos’ ou pedacinhos de Cristo2. Os apóstolos eram
reconhecidos por terem estado com Jesus e seguir seus ensinamentos. Não se
importavam com isso, estando dispostos a morrer como Jesus, para até nisso ser
como Cristo (Atos 21.13).
Os seguidores de Jesus foram também denominados:
“os do Caminho” (Atos
9.2), “irmãos” (Atos 15.1,23 e I Coríntios 7.12), “discípulos” (Atos 9.26 e 11.29),
“crentes” (Atos 5.14),
“santos” (Romanos 8.29 e
15.25) e “seita dos
nazarenos” (Atos 24.5).
Mas o título que permaneceu na história foi o de cristão, herdando o nome de Cristo.
Como ser parecido com Cristo?
Podemos refletir sobre isso, usando as três citações do nome
cristão no Novo Testamento:
1- TESTEMUNHO:
Atos 11.26 “tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia.
E, por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão.
Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos”.
A primeira característica de um verdadeiro cristão é
o seu testemunho de vida. Até esta ocasião, a expressão ‘cristão’ ainda não
tinha sido usada e foi formulada por pessoas que não estavam na igreja para
designar os seguidores de Jesus. Os discípulos foram chamados de cristãos, ou
seja, as pessoas de fora é que deram este nome aos discípulos, tamanha a sua
semelhança com Jesus.
Certa vez Mahatma Gandhi disse que “Eu amo seu Cristo. Apenas creio que muitos
de vocês cristãos são bem diferentes do vosso Cristo” e que “Eu seria cristão, sem dúvida, se os
cristãos o fossem vinte e quatro horas por dia”. Infelizmente muitos
crentes são apenas nominais, ou seja, dizem ser cristãos, mas não praticam o
cristianismo. Precisamos procurar ser mais parecidos com Jesus ao ponto de as
pessoas reconheceram a presença e os ensinamentos de Cristo em nossas vidas.
Ser cristão é
dar testemunho de vida!
2- MISSÃO:
Atos 26.28 “Então, Agripa se dirigiu a Paulo e disse: Por
pouco me persuades a me fazer cristão”.
A segunda característica de um cristão é ter a mesma
missão que Cristo. Um cristão era reconhecido por falar de Jesus (Romanos 1.16).
Quando Paulo foi interrogado pelo rei Agripa, o apóstolo testemunhou de sua
conversão e sobre o seu chamado para anunciar o evangelho. Este depoimento foi
tão impactante para o rei Agripa que reconheceu quase estar convencido a ser
também um cristão. Contudo, não estava disposto a assumir o compromisso de
seguir a Jesus.
O nome Cristo significa ungido3, portanto os cristãos também têm a unção de Cristo,
pois “a unção
que dele recebestes permanece em vós” (I João 2.27). Jesus assumiu seu
ministério declarando-se ser o ungido que o profeta Isaías havia anunciado (Isaías 61.1 e Lucas
4.18). Depois a sua unção veio sobre seus discípulos (João 20.22)
que receberam a mesma unção de Jesus. A unção é a capacidade para um
ministério. Quando alguém era ungido, logo deveria assumir um novo propósito de
Deus para sua vida. Um verdadeiro cristão tem a unção de Jesus sobre sua vida (I João 2.20).
Jesus deixou uma missão para todos os seus
discípulos que é “ide
por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15).
Não tem como ser cristão sem cumprir esta tarefa. Ser cristão é assumir a
mensagem do evangelho e dar continuidade ao ministério de Jesus, salvando
almas.
Ser cristão é dar
continuidade à Missão de Jesus!
3- SOFRIMENTO:
I Pedro 4.16 “mas, se sofrer
como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome”.
A terceira característica de um verdadeiro cristão é
a forma que lida com o sofrimento. A vida de Jesus foi marcada por lutas desde
o seu nascimento, uma vida de privações e muito trabalho, até a sua morte na
cruz. Portanto, a proposta do cristianismo é continuar levando a cruz de Jesus,
que disse: “se
alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”
(Marcos 8.34).
Levar a cruz é uma condição para quem deseja seguir a Jesus (Lucas 14.27).
Muitas religiões ensinam a fugir de tudo o que
provoca dor e procurar tudo o que traz prazer. Por causa disso muitas pessoas
não querem ser cristãs, pois não estão dispostas a levar a cruz. A fé cristã
ensina a enfrentar o sofrimento e vencer com ajuda de Deus.
Talvez você pergunte: então tenho que sofrer, para
ser cristão? Na verdade, o sofrimento já faz parte de nossas vidas e não temos
opção diante disso. A grande diferença está na forma como lidamos com o
sofrimento. Jesus nos ensinou a lutar buscando forças em Deus. Um verdadeiro cristão
enfrenta o sofrimento seguindo o exemplo de Jesus. O melhor de tudo é que não
estamos sozinhos, pois em cada momento Jesus prometeu estar conosco (Mateus 28.20).
Ser cristão é
enfrentar o sofrimento como Jesus!
Busque ser parecido com Cristo!
-CONCLUSÃO:
I João 2.6 “aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim
como ele andou”.
A ‘ditadura da moda’ estabelece padrões de beleza
que são copiados por multidões de pessoas. Quando alguém admira uma pessoa
famosa, logo procura ser parecido com seu ídolo. Contudo, poucas pessoas têm
procurado ser semelhantes a Jesus. A Igreja precisa demais pessoas que sejam ‘pequenos
cristos’, que mostrem a presença de Jesus em suas vidas.
Seja um verdadeiro Cristão!
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Citações
Bíblicas: Bíblia Revista e Atualizada, Sociedade
Bíblica do Brasil.
1
STONG,
James. Dicionário Grego do Novo
Testamento. Bíblia de Estudo
Palavras-Chave: Hebraico. Grego. Tradução de
João Ferreira de Almeida. Edição Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD,
2011. Página 2463.
2 Bíblia
de recursos para o ministério com crianças [notas e material adicional de Neyd
siqueira]. 2ª ed. São Paulo: Hagnos, 2003. Página 1315.
3 VINE, W.E., Merril F.
Unger e William White Jr. Dicionário Vine, tradução Luís Aron de Macedo, Rio de Janeiro: CPAD,
2006 – 7ª edição. Página 522.