Tema: VIDA CRISTÃ
“Vede que hoje eu ponho
diante de vós a bênção e a maldição”. Deuteronômio
11.26
Introdução:
Abençoar ou amaldiçoar são duas atitudes poderosas. Mas até que ponto uma
bênção pode ter resultado ou uma maldição pode funcionar? Será que maldição ‘pega’
em um servo do Senhor? Adianta abençoar quem estiver fazendo coisas erradas? A
palavra de Deus nos traz vários exemplos que nos ensinam sobre o poder da
bênção e da maldição (Deuteronômio 11.27,28).
Você tem abençoado ou amaldiçoado?
Vamos refletir sobre a
bênção e a maldição:
1- BÊNÇÃO INEFICAZ
Lucas 10.5,6 “Em qualquer casa em que
entrardes, dizei primeiro: Paz seja com esta casa. E se ali houver um filho da
paz, repousará sobre ele a vossa paz; e se não, voltará para vós”.
Jesus ensinou abençoar as casas onde entrarmos, mas para que a bênção alcance é preciso que haja um filho da paz para recebê-la. Do contrário a paz volta em dobro para quem abençoa. Isso nos ensina que vale a pena abençoar mesmo quem achamos que não merece, porque Deus julgará se a pessoa está aberta a receber ou não e nos abençoará.
A palavra abençoar do hebraico bíblico é bãrak (בָּרַך), que também tem o sentido de
ajoelhar1.
Muitos tinham o hábito de se ajoelhar para pedir e também proclamar bênçãos (II Crônicas 6.13,14).
Esta posição mostra a rendição em que devemos estar diante do Senhor para
receber a sua bênção.
Os profetas de Baal oraram e abençoaram o
sacrifício para que seu deus respondesse com fogo, mas nada aconteceu (I Reis 18.26-29).
Por mais que gritassem por horas chegando ao ponto de se flagelarem com feridas,
nada conseguiram. Já o profeta Elias bastou uma simples oração e o fogo desceu
do céu mesmo tendo feito jorrar água sobre o altar, a lenha e o sacrifício (I Reis 18.30-38).
Quando Jacó intentou roubar a bênção de seu
irmão Esaú, sabia que “porventura meu pai me apalpará e serei a seus olhos como
enganador; assim trarei sobre mim uma maldição, e não uma bênção” (Gênesis 27.12).
Embora tenha alcançado a bênção da primogenitura, várias consequências
desastrosas acompanharam seu ato, porque teve que se separar da família
tornando-se inimigo do próprio irmão por muitos anos. A vida de Jacó só se
tornou abençoada depois que se reconciliou com seu irmão Esaú (Gênesis 33.1-17)
e teve um encontro com Deus (Gênesis 32.22-32).
O poder da bênção está na boca do profeta. Se
não houver unção de Deus, por mais possa ‘benzer’ não acontece nada. A bênção
só se concretiza se tiver onde ser recebida. Caso a pessoa não estiver pronta
ou não queira receber, não funciona (Salmo 109.17).
Não
adianta abençoar quem não tiver a bênção de Deus!
2- MALDIÇÃO INÚTIL
Provérbios
26.2 “Como o
pássaro que foge, como a andorinha no seu voo, assim, a maldição sem causa não
se cumpre”.
Este versículo nossa traz a sabedoria
comparando com aves que voam e fogem sem deixar rastros e do mesmo modo uma
maldição que não tem motivo justo também não pode se cumprir.
O verbo hebraico qãlal (קָלָֽל) traduzido por amaldiçoar, traz a ideia de “ser rápido”2,
mostrando os efeitos de uma maldição sobre a vida de uma pessoa. Também tem o
sentido de menosprezar, o que revela as consequências para quem despreza a Deus.
Quando Balaque quis pagar o vidente Balaão
para amaldiçoar o povo de Deus, Balaão foi cercado por um anjo do Senhor e até
sua jumenta viu e falou mostrando sua insensibilidade espiritual (Números 22.21-35).
Por mais que tentaram amaldiçoar o povo de Deus, porque “o Senhor teu Deus não quis ouvir a Balaão,
antes trocou-te a maldição em bênção; porquanto o Senhor teu Deus te amava”
(Deuteronômio
23.5). Balaão concluiu: “como posso amaldiçoar o que Deus não amaldiçoou?” (Números 23.8).
Quando Sambalate e Tobias provocaram Neemias
tentando amaldiçoar a obra que estavam realizando, Neemias se lembrou do que
aconteceu com Balaão e isso lhe serviu de esperança quando disse que embora “assalariaram
Balaão para os amaldiçoar; contudo o nosso Deus converteu a maldição em benção”
(Neemias 13.2).
A obra continuou e ninguém conseguiu amaldiçoar porque a mão de Deus estava com
eles (Neemias
2.8).
Davi também foi amaldiçoado por Simei que lhe
atirava pedras praguejando quando fugia de Jerusalém, mas não reagiu porque
acreditava que “talvez
o Senhor olhará para a minha aflição e o Senhor me pagará com bem sua maldição deste dia” (II Samuel 16.12).
Foi justamente o que aconteceu e o próprio Simei teve que reconhecer isso (II Samuel 19.16-23).
Mesmo assim Davi não amaldiçoou nem se vingou quem lhe rogou pragas.
Por mais que alguém amaldiçoe uma pessoa que
serve ao Senhor, a bênção de Deus sempre vai ser maior. Se alguém falou algo
ruim pra você, não tenha medo, apenas confie em Deus e espere sempre orando
porque o que é de Deus prevalece (Eclesiastes 3.14). Se a sua vida é abençoada por
Deus, nenhuma maldição te alcançará (Isaías 54.17).
Não
adianta amaldiçoar quem Deus abençoou!
Seja bênção e não maldição!
CONCLUSÃO
Romanos 12.21 “Não te deixes vencer do
mal, mas vence o mal com o bem”.
Deus
disse para Abraão que ele deveria ser uma bênção (Gênesis 12.2) e prometeu que se
alguém o amaldiçoasse este também seria amaldiçoado por Deus e se alguém o
abençoasse, seria abençoado por Deus (Gênesis 12.3). Esta é a proteção que Deus nos
garante quando estamos em sua presença.
Muitas
vezes Deus transformou maldições lançadas contra seu povo em bênçãos que vieram
sobre eles (Zacarias
8.13). Mas quando o povo desobedecia, o Senhor disse que “amaldiçoarei as
vossas bênçãos” (Malaquias 2.2). Isso prova que a bênção está
muito mais sobre a pessoa do que sobre fatos, coisas ou até mesmo palavras. A
escolha é da pessoa (Deuteronômio 30.19).
Como
povo de Deus, temos o dever profetizar benção e não usar nossos lábios para
amaldiçoar (Tiago
3.10). Sempre que encontrarmos uma situação ou palavras de maldição
devemos perseverar na bênção sabendo que o bem vencerá o mal.
A
bênção não se realiza se a pessoa não for abençoada e também a maldição não tem
poder sobre alguém protegido por Deus.
O poder da bênção é
muito maior que a maldição!
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Citações Bíblicas: Bíblia Revista e Atualizada, Sociedade
Bíblica do Brasil.
1 VINE, W.E., Merril F.
Unger e William White Jr. Dicionário Vine, tradução
Luís Aron de Macedo, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus,
2006 – 7ª edição. Página 26.
2 Idem,
página 36.