Tema: OBRAS DA CARNE
Introdução: A facção é uma obra da carne (Gálatas 5.20). A palavra original do grego é hairesis (αἵρεσις)1 que significa ‘parecer auto escolhido, seita religiosa ou filosófica, discórdia ou contenção’. Embora o texto tradicionalmente se traduza por ‘facções’ como nas versões RA - Revista e Atualizada e NVI - Nova Versão Internacional, ou ‘divisões’ na NTLH Nova Tradução na Linguagem de Hoje, a melhor tradução seria ‘heresia’ como apresenta a versão Almeida Revisada e Corrigida Fiel.
O ser humano em busca pela verdade se divide em suas opiniões a respeito de quase tudo na vida. Por isso existem tantas seitas e religiões que apresentam suas diferentes respostas. Por isso precisamos tratar a heresia ou facção como obra da carne em cada um de nós primeiramente antes de considerar como instituição ou ideologia. A motivação da facção é o desejo de ser melhor, por isso é carnal.
Leia mais sobre o assunto nos estudos: AS OBRAS DA CARNE.
Como vencer a heresia?
Vamos refletir sobre as características da heresia como obra da carne:
1- Vencer o espírito de Confusão
Tiago 3. 14-16 “Se, pelo contrário, tendes
em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis
disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do
alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. Pois, onde há inveja e sentimento
faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins”.
A
mentira é a especialidade de satanás, que é o “pai da mentira” (João 8.44),
por isso é necessário buscarmos a verdade da Palavra de Deus (João 17.17),
“porque Deus não
é de confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos” (I Coríntios 14.33).
A verdade de Deus liberta e não aprisiona (João 8.32).
O
apóstolo Tiago, como os demais apóstolos em suas cartas se preocupa em
doutrinar a Igreja na verdade, dizendo que a heresia é um perigo pois provoca “sentimento
faccioso” (v.14 e 16), faz com que “mintais contra a verdade” (v.14) e
traz “confusão e
toda espécie de coisas ruins” (v.16). Estes aspectos são as principais
características de uma seita: separatismo e confusão.
O
cristianismo no começo foi chamado de “seita dos Nazarenos” (Atos 24.5), por não ser reconhecida
pelos judeus e no começo estar inserida no meio do judaísmo. Por isso a Igreja
Primitiva precisou do empenho de seus líderes chamados de Pais Apologistas, que
se dedicaram para defender a fé cristã, livrando-a de qualquer influência que a
descaracterizasse2.
O
espírito de confusão é vencido quando a pessoa se fortalece através da fé (Romanos 10.17),
então não há mais dúvidas ou temores (Tiago 1.6), pois a verdadeira fé não duvida (Marcos 11.23),
mas “a fé é a
certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem’
(Hebreus 11.1).
A dúvida é a principal ferramenta de trabalho ou argumento inicial dos hereges,
quando querem desconstruir a fé de uma pessoa, então precisamos estar firmados
na verdade.
Vença o espírito de
confusão!
2- Firmar-se na Verdade
II Pedro 2.1 “Assim como, no meio do povo,
surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os
quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto
de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos
repentina destruição”.
No
meio do povo de Israel existiam quatro principais seitas ou grupos religiosos3:
os fariseus, grupo rigoroso quanto às tradições (Atos 23.8 e 26.5), os saduceus,
que faziam parte da casta sacerdotal (Atos 5.16), os essênios que viviam no deserto
vivendo separados como se fossem monges e uma seita fundada por um tal de Judas,
que tentou realizar uma grande rebelião (Atos 5.37). Mas Jesus não foi apenas mais um
dissidente ou fundador de uma religião e sim o Salvador da humanidade.
Jesus
avisou que no fim dos tempos “surgirão falsos cristos e falsos profetas
operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios
eleitos” (Mateus 24.24). Jesus mandou tomar cuidado com
estes falsos pregadores (Mateus 7.15) e observar bem os seus frutos (Mateus 7.20).
A
principal característica dos falsos profetas é negar a fé cristã (II Timóteo 4.3)
e a Palavra de Deus (I João 4.1-4). Então precisamos nos fortalecer
através da “sã
doutrina” (I Timóteo 1.10), pois “todo aquele que ultrapassa
a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que
permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho” (II João 1.9).
Tudo que estiver aquém ou além da pureza das escrituras não está de acordo com
a vontade de Deus (Apocalipse 22.18,19).
Muitas
pessoas são levadas por “ventos de doutrinas” (Efésios 4.15). A Palavra de Deus é
a única fonte da doutrina verdadeira (II Timóteo 3.16), então é necessário estar “alimentado com as
palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido” (I Timóteo 4.6).
Para conhecer a verdade, primeiro é necessário conhecer a Jesus, pois Ele é “o caminho, a
verdade e a vida” (João 14.6), então é preciso estudar a Palavra de
Deus “examinai
as Escrituras” (João 5.39).
Esteja firmado na verdade
e nada te abalará!
Não aceite heresias!
CONCLUSÃO
I Tessalonicenses 5.21 “Julgai todas as coisas e retende o que é bom”
A
facção ou heresia parte da vontade de encontrar a verdade, mas muitas vezes se
depara com uma mentira. Esta obra da carne deve ser vencida na vida de todo
cristão porque a consequência disso é “ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e
obedecem à injustiça” (Romanos 2.8). Por isso precisamos estar
iluminados pela Palavra de Deus para saber o que é certo e o que é errado (Salmos 119.105)
e deixar a “mania
por questões e contendas de palavras” (I Timóteo 6.4) para manter a
simplicidade do evangelho (II Coríntios 11.3).
Leia
também o estudo DESMASCARANDO AS SEITAS E HERESIAS.
Continue buscando a verdade!
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Citações
Bíblicas: Bíblia Revista e Atualizada, Sociedade
Bíblica do Brasil.
1 STRONG,
James. Dicionário Grego do Novo Testamento. Bíblia de Estudo Palavras-Chave: Hebraico. Grego.
Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Revista e Corrigida. Rio de
Janeiro: CPAD, 2011. Página 2041, verbete 139.
2 RODRIGUES,
Welfany Nolasco. A Evangelização na
Igreja Primitiva. Belo Horizonte: Filhos da Graça, 2015. Páginas 19 e 20.
3 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de Janeiro:
CPAD, 1998. 2ª Edição. Páginas 415 e 416.