Tema: PÁSCOA
Lucas 22 e 23
Introdução: O ambiente inicial para
o Caminho da cruz é o Jardim das Oliveiras, onde Jesus fez uma oração pedindo
ao Pai que afastasse o cálice de sua mão, simbolizando sua iminente morte na
cruz. Esse momento destacou a condição humana de Jesus (Lucas 22.39-46). A grande
expectativa de Jesus diante dos eventos iminentes é compreensível.
Mesmo ciente do destino
que o aguardava, Jesus, ao orar no Jardim das Oliveiras, buscou a vontade do
Pai acima de tudo, independentemente do que o futuro reservava para Ele. Mesmo
na cruz, ao faltar-lhe o fôlego, Jesus continuou a ensinar a importância da
obediência à Palavra de Deus e a confiança Nele em todas as circunstâncias.
Há um momento na vida de cada cristão em que também precisam optar entre a vontade de Deus e a própria, refletindo o compromisso e a obediência a Deus, revelando a verdadeira condição do coração.
Qual o caminho para a cruz?
Este estudo se baseia em Lucas 22 e 23, seguindo os passos de Jesus até a cruz, mas pode ser estendido, a partir de momentos anteriores, como a Ceia e posteriores, como a ressurreição e aparição.
1ª Passo para a Cruz - TRAIÇÃO E PRISÃO: Lucas 22.47-48
·
Símbolos: beijo de Judas e correntes.
Judas traiu Jesus com um beijo (cumprimento comum),
entregando seu Mestre para ser preso e condenado. Para um cristão, cair em
pecado é como trair Aquele que sacrificou Sua vida por nós. A traição é ainda
mais grave quando o pecado é uma escolha consciente, um afastamento deliberado
da convicção espiritual. Jesus avisou Judas (Lucas 22.21), sabendo que o diabo
já havia o possuído e que tinha combinado tudo com os sacerdotes (Lucas 22.3-6).
·
Jesus é Traído e Preso:
o
Jesus está orando no Getsêmani (Lucas 22.39-45)
o
Judas chega com uma tropa (Lucas 22.47)
o
Judas beija Jesus (Lucas 22.48)
o
Os soldados caem diante de Jesus (João 18.4-6)
o
Pedro corta a orelha do soldado Malco (Lucas 22.50,51)
o
Jesus se entrega (Lucas 22.52,53)
Judas conviveu com Jesus e aprendeu aos Seus pés, mas não teve seu coração verdadeiramente transformado pelo poder do Espírito Santo, se entregando à tentação de Satanás. Como crentes, somos exortados a "examinar-nos" para confirmar se estamos firmes na fé (2Coríntios 13.5).
2º Passo para a Cruz - CONDENAÇÃO NO SINÉDRIO: Lucas 22.66-71
·
Símbolo: martelo.
O conselho do Sinédrio, composto por setenta sacerdotes e
escribas, juntamente com um sumo sacerdote, solicitou a Pilatos a execução de
Jesus. A confiança do povo judeu na autoridade do Sinédrio resultou em
corrupção entre muitos sacerdotes e escribas. Quando Jesus começou a ensinar
algo que desafiava essa autoridade, conspiraram contra Ele, culminando em Sua
crucificação pelo governo romano (Lucas 22.66-71). Esta condenação representa a
religiosidade que não salva.
·
Jesus é condenado pelo Sinédrio
o
1º Julgamento pelo sacedote Anás (João 18.12,13)
o
2º Julgamento pelo Sinédrio do sumo
sacerdote Caifás (João 18.19-24)
o
Jesus é acusado de blasfêmia (Mateus 26.63-66)
o
Jesus é esbofeteado e cuspido (Mateus 26.67,68)
A condenação de Jesus pelos religiosos serve como um lembrete para todos os cristãos sobre a importância de não se exaltarem ao julgar outras pessoas de forma hipócrita. Mesmo com conhecimento bíblico e altas posições terrenas, distanciam-se da perfeição divina, e o orgulho pode levar até os mais piedosos a quedas. A Bíblia ensina a respeitar autoridades, porém é a vontade e a Palavra de Deus que devem prevalecer em nossas vidas. Mediante o batismo com o Espírito Santo, os cristãos são consolados, ensinados e guiados em suas decisões, permitindo-lhes agir conforme a vontade divina, dispensando a necessidade de líderes religiosos como o Sinédrio.
3º Passo para
a Cruz - PEDRO NEGA JESUS: Lucas
22.54-62
·
Símbolos: fogueira e galo.
Quando Jesus foi preso, algumas pessoas que estavam
presentes naquele momento acusaram Pedro de ser um seguidor de Jesus (Lucas 22.54-62).
Como Jesus havia previsto, Pedro negou conhecê-Lo três vezes. Pedro era um
discípulo querido e de confiança de Jesus, testemunhando muitos milagres em
primeira mão e até andando sobre a água com Jesus (Mateus 14.29-31). No entanto, ele
mostrou a fragilidade humana ao negar Jesus por medo de ser preso. Cristãos ao
redor do mundo continuam a enfrentar perseguição e humilhação por parte dos
incrédulos na sociedade, que vão desde abusos verbais até espancamentos e
morte.
·
Pedro nega Jesus três vezes:
o
Pedro seguia Jesus de longe (Lucas 22.54)
o
Enquanto Jesus estava na casa do sumo
sacerdote (Lucas
22.54)
o
Havia uma fogueira no meio do pátio (Lucas 22.55)
o
Pedro é interrogado pelas pessoas e nega
Jesus 3 vezes (Lucas
22.56-60)
o
Jesus olha para Pedro e ele se lembra
que foi avisado (Lucas
22.61,62)
criticado por ter negado Jesus, com receio das consequências que os romanos poderiam impor se descobrissem sua ligação com o Mestre. No entanto, quantos cristãos podem afirmar que nunca optaram pelo silêncio diante da discriminação, seja pública ou privada? Esse silêncio revela a vulnerabilidade da condição humana. Após a vinda do Espírito em Pentecostes para viver no coração dos crentes (Atos 2), Pedro passou a ser um valente da fé, nunca mais temendo a proclamação do Seu Senhor.
4º Passo para
a Cruz - JULGADO POR HERODES: Lucas
23.6-12
·
Símbolo: cetro.
Jesus foi levado para Pilatos (Lucas 23.1-5), que o mandou para o
rei Herodes (Lucas
23.6). Diante de Herodes, Jesus permaneceu em silêncio, sem
responder às acusações dos líderes religiosos. Herodes, impressionado com a
postura de Jesus, decidiu enviá-lo de volta a Pilatos. Essa troca de
responsabilidades entre Pilatos e Herodes apenas reforçou a injustiça que
estava prestes a se consumar.
·
Jesus diante de Herodes:
o
Ainda no sinédrio, Jesus é açoitado por
soldados (Lucas
22.63-65)
o
Novamente o sinédrio interroga Jesus (Lucas 22.66-71)
o
O sinédrio leva Jesus para o governador
Pilatos (Lucas
23.1-5)
o
Pilatos manda Jesus para Herodes (Lucas 23.6-12)
o
Jesus fica em silêncio diante de Herodes
(Lucas 23.9)
o
Herodes manda os soldados vestirem Jesus
com uma capa real (Lucas 23.11)
o
Herodes e Pilatos se reconciliaram por
causa de Jesus (Lucas
23.12)
O silêncio de Jesus com Herodes, demonstra sua recusa em interagir com uma pessoa que não vale a pena. Com Pilatos, Jesus se comporta respondendo de forma firme, revelando a distância necessária com o respeito devido que precisamos ter com todos. A injustiça política é claramente retratada no jogo de Pilatos para Herodes e deste, de volta para Jesus. Ainda hoje, muitas pessoas vivenciam isso nas instituições públicas, em busca de recursos e atendimentos essenciais, ficando à mercê de interesses pessoais das autoridades.
5º Passo para
a Cruz - JULGADO POR PILATOS: Lucas
23.13-25
·
Símbolo: bacia com água.
O segundo encontro de Jesus com Pilatos é marcado por uma
tentativa dele em absolver Jesus. De acordo com as leis em vigor, é improvável
que Jesus fosse condenado em algum tribunal, especialmente devido à escassez de
evidências concretas contra Ele. Pôncio Pilatos não encontrou culpa em Jesus (Lucas 23.13-24)
e desejava libertá-Lo, mas o Sinédrio insistiu na Sua execução. O Sinédrio, que
aderia à Lei e à tradição mosaica, considerava Jesus uma ameaça à sua
autoridade sobre os judeus. Pilatos lavou as mãos como um ato de abrir mão de
sua responsabilidade, tentando absolver sua própria consciência (Mateus 27.24).
·
Pilatos lava as mãos:
o
Pilatos reluta em condenar Jesus (Lucas 23.13-16)
o
Era costume soltar um prisioneiro nas
festas (Lucas
23.17)
o
A multidão escolhe soltar Barrabás (Lucas 23.18,19)
o
A multidão decide crucificar Jesus (Lucas 23.20,21)
o
Sem alternativa, Pilatos condena Jesus (Lucas 23.22-25;
Mateus 27.24)
A mensagem de Jesus sobre a salvação pela graça de Deus desafiava a autoridade das tradições do Sinédrio. Atualmente, a concepção de salvação pela escolha divina, em vez de méritos humanos, não é amplamente aceita. Muitas vezes, as pessoas procuram alcançar a própria salvação, mas a verdade é que a salvação pertence ao Senhor, que não divide Sua glória com ninguém (Isaías 42.8).
6º Passo para
a Cruz - COROADO DE ESPINHOS: João 19.2-5
·
Símbolo: coroa de espinhos.
Entre os julgamentos de Herodes e Pilatos, Jesus foi
açoitado várias vezes pelos soldados, uma delas, provavelmente sob influência
de Herodes, zombam de Jesus dizendo que se era rei, teria uma coroa, então o
coroaram com espinhos diante de Pilatos (Marcos 15.16,17). O local é no pretório, ou
residência dos comandantes do exército, espécie de quartel.
·
Jesus é coroado de espinhos:
o
Pilatos manda açoitar Jesus (João 19.1)
o
Os soldados levam Jesus para o pretório
(Marcos 15.16,17)
o
Zombam de Jesus e o espancam (João 19.2-5)
o
Chamam Jesus de rei escarnecendo (João 19.3,4)
o
Pilatos participa deste momento (João 19.5)
Uma planta espinhosa foi usada para tecer uma coroa, com pontas de quase cinco centímetros, extremamente pontiagudas e duras, cuja ferida inflamava e penetrava até nos ossos. Os espinhos na cabeça de Jesus revelam todo o seu sofrimento, como há mais de 500 anos antes do seu nascimento, Isaías profetizou que Ele seria ferido pelas nossas transgressões (Isaías 53.3-6) e moído pelas nossas iniquidades, e que seríamos curados pelas suas feridas.
7º Passo para a Cruz - CARREGA A CRUZ: Lucas 23.26-31
·
Símbolo: cruz de madeira.
Carregar a cruz era uma forma de expor o condenado
publicamente, enquanto caminhava e refletia. Jesus carregou a cruz, a arma de
sua sentença, no meio de uma multidão durante a festa da Páscoa, foi zombado e
humilhado. No meio do caminho, enfraquecido de tantas feridas, sem aguentar o
peso da madeira, açoitado o tempo todo, um homem chamado Simão da cidade de
Cirene, na Líbia (África), foi forçado a ajudar a levar a cruz (Lucas 23.26).
Também viu as mulheres que o seguiam em seu ministério, chorando por causa
desta cena tão horrível, mas Jesus lhes fala palavras de conforto (Lucas 23.27-31).
·
Jesus carrega a cruz:
o
Jesus é forçado a levar sua própria cruz
(Lucas 23.26)
o
Simão cireneu foi escolhido para ajudar
Jesus levar a cruz (Lucas 23.26)
o
As mulheres seguiam Jesus chorando (Lucas 23.27)
o
Jesus alerta sobre o sofrimento da
humanidade (Lucas
23.38-31)
Quando Jesus carregou Sua cruz, Ele não estava simplesmente carregando madeira. Cada passo se tornava mais pesada ainda, pois estava levando os pecados da humanidade, enfrentando o castigo e sofrendo em favor de todos. O exemplo de Simão Cireneu carregando a cruz, nos lembra que Jesus nos chama a seguir seu exemplo e tomar a nossa cruz (Mateus 16.24), que implica em morrer para nós mesmos, para renascer como novas criaturas (2Coríntios 5.17), dedicando ao serviço e à obediência a Cristo. Isso significa entregar a Deus nossa vontade, renunciando prazeres, ambições e desejos.
8º Passo para
a Cruz - SORTEIO DAS VESTES: João
19.23,24
·
Símbolo: vestes rasgadas e capa nova.
Ainda no ambiente entre os soldados, que foram as pessoas
mais presentes com Jesus durante todo o tempo de seu sofrimento e suas últimas
horas. Os soldados rasgaram as vestes em quatro partes, para cada um e a sua
túnica era tecida especialmente uma peça única, sem costura, então sortearam.
Era comum, os crucificados eram pendurados nus na cruz, como uma forma de expor
sua vergonha.
·
O sorteiro da túnica de Jesus:
o
Suas roupas foram rasgadas em quatro
partes para cada soldado (João 19.23)
o
A túnica de Jesus foi sorteada e um
deles recebeu (João
19.24)
o
Provavelmente Jesus ficou desnudo ou
quase nu (Marcos
15.24)
As vestes rasgadas de Jesus representam sua humilhação, visto que rasgar as vestes era um ato de se humilhar e não se conformar (Gênesis 37.29; 2Samuel 1.11; 2Reis 22.1; Joel 2.13), mas a túnica sorteada a injustiça suportada por Jesus, vítima da corrupção entre os soldados, se aproveitando do sofrimento de um condenado.
9º Passo para a Cruz - JESUS É CRUCIFICADO: Lucas 23.33-38
·
Símbolos: Martelo e pregos.
A cena da crucificação de Jesus, suas mãos e pés sendo
pregados na madeira, onde Ele respiraria pela última vez em forma humana,
continua sendo uma das mais chocantes da história (Lucas 23.44-46). Seus familiares e
discípulos queridos ainda não compreendiam plenamente o significado do que
estava ocorrendo naquele instante. Não conseguiam ainda perceber que esse ato
cruel dos homens era parte do propósito Divino e propósito para a salvação
de todos os que crerem em Cristo.
·
A crucificação de Jesus:
o
Jesus é levado para um monte chamado
Calvário, ou caveira (Lucas 23.33)
o
Jesus declarava o perdão daqueles que o
cucificavam (Lucas
23.34)
o
As autoridades zombavam de Cristo o
tempo todo (Lucas
23.35-37)
o
Uma inscrição em hebraico, latim e grego
foi colocada no topo da cruz (João 19.19,20; Lucas 23.38)
o
Jesus foi cravado com pregos (João 20.25)
na cruz às 9h da manhã (Marcos 15.25)
A dor e a vergonha da crucificação são inigualáveis. O crucificado após ser espancado, já sangrando, muitas vezes morria antes mesmo do final de seus flagelos. Muitos eram amarrados com cordas, mas Jesus foi pregado com pregos nas mãos e pés atravessando os ossos e rasgando sua carne. Isso já era suficiente para matar uma pessoa. O peso do corpo pendurado, sem forças para se sustentar, intercalando entre segurar-se com as pernas para descansar os braços e vice-versa. Aves de rapina vinham picar sobre os corpos sangrando, atraídos por outros já mortos. A cena ficava exposta ao público como punição exemplar e para sofrimento da família. O alto da montanha rochosa, com uma aparência de caveira (significado de Calvário ou Gólgota), já espantava todos que para lá olhassem. A táboa no alto da cruz com a inscrição de uma epígrafe, com condenação de Jesus, por ser chamado “rei dos judeus” em latim, grego e hebraico garantia que todos ali soubessem quem ele era.
10º Passo para a Cruz - O LADRÃO ARREPENDIDO: Lucas 23.39-43
·
Símbolo: uma outra cruz menor.
Havia outros dois condenados juntos com Jesus (Lucas 23.32).
Fala-se “ladrão”, mas o sentido era de um criminoso, provavelmente eram pessoas
ainda jovens, presos por algum delito, principalmente por questões políticas,
fazer parte de uma revolta ou manifestação pública, não pagar impostos, ou
reagir a ordens de autoridades, por exemplo. No momento de maior dor os dois
tiveram reações diferentes, um ficou revoltado e outro demonstrou arrependido.
·
Os dois ladrões na cruz:
o
Um questionou Jesus se seria o Messias (Lucas 23.39)
o
Outro o repreendeu, reconhecendo seus
erros (Lucas
23.40,41)
o
Este pediu Jesus que o recebesse no seu
reino (Lucas
23.42)
o
Jesus o prometeu que entraria no Paraíso
(Lucas 23.43)
Estes dois malfeitores representam dois tipos de pessoas, aquelas que reconhecem Jesus e aquelas que negam o Senhor. Claramente, este é um exemplo de que uma pessoa é salva pela graça mediante a fé e não por obras, porque aquele homem foi aceito e perdoado por Jesus. Como aqueles homens, nós também somos condenados por causa do pecado, mas podemos nos entregar a Jesus, que morreu por nós de braços abertos.
11º Passo para a Cruz - JESUS TEM SEDE: Lucas 23.36; João 19.28-30
·
Símbolo: copo com vinagre.
Em cada detalhe Jesus cumpriu as profecias bíblicas a seu
respeito, quando sentiu sede e pediu água, lhe deram vinagre (João 29.29) e
depois lhe ofereceram vinho com fel, um tipo de droga alucinógena da época, que
servia para anestesiar e fazer a pessoa sair de si, para aliviar a dor e morrer
lentamente, mas Jesus não quis, suportando intensamente sua dor (Mateus 27.34).
Tudo como foi predito: “Por alimento me deram fel e na minha sede me deram a beber
vinagre” (Salmo 69.21). O vinagre aumentava ainda mais a
sede, com ardor na garganta insuportável. Além disso, o vinagre raleia o
sangue, fazendo sangrar mais ainda, dificultando a cicatrização. Mais um
detalhe no requinte de crueldade dos romanos.
·
Jesus tem sede na cruz:
o
Os soldados oferecem vinagre pra Jesus
no lugar de água (Lucas 23.36)
o
Oferecem vinho com fel para aliviar sua
dor, mas não aceitou (Mateus 27.34)
Quando chegou o momento da sua morte, Jesus continuou a colocar as necessidades dos outros antes das suas, ao confiar amorosamente o cuidado da sua mãe ao seu discípulo amado, João (João 19.27). Desde o início da sua vida até à sua morte, ele exemplificou a importância de priorizar as necessidades dos outros acima das nossas, submetendo tudo à vontade perfeita de Deus. A sua disposição em manter-se fiel à sua palavra e em demonstrar, através de ações, a prontidão para se sacrificar pelos outros, mesmo em tempos difíceis, são características que definem a verdadeira vida cristã.
12º Passo para a Cruz - JESUS ENTREGA SEU ESPÍRITO: Lucas 23.44-46
·
Símbolo: lençol.
Cada minuto de Jesus na cruz foi decisivo para demonstrar
seu amor pela humanidade. As trevas encobriram o mundo, mostrando sua real
condição e Jesus assume todo o peso do pecado humano sobre si, para então se
oferecer como sacrifício de amor. Antes de morrer, define seus deveres como
homem passando sua responsabilidade de cuidar da família, por ser o filho mais
velho, então pede seu amigo João para assumir seu lugar (João 19.25-27). Então Jesus se
entrega para Deus espontaneamente. Não foi morto pelos pregos, cravos ou pela
dor da cruz, nem teve as pernas quebradas e o furo no seu peito foi tardio,
então Jesus morreu por amor.
·
A morte de Jesus:
o
Do meio dia às 15h houve trevas sobre a
terra (Lucas
23.44)
o
Jesus na cruz, fala com sua mãe e seus
discípulos (João
19.25-27; Lucas 23.48-49)
o
Jesus clama por socorro “Deus meu, porque
me desamparaste” (Salmo 22.1; Mateus 27.46)
o
Voluntariamente Jesus entregou seu
espírito (João
19.30; Lucas 23.46)
o
O véu do Santo dos Santos no templo se
rasgou no meio de cima para baixo (Lucas 23.45)
o
O centurião reconhece que Jesus é o
Filho de Deus (Lucas
23.47)
o
Suas pernas não foram quebradas, como
era costume (João
19.31-33)
o
Um soldado fura seu lado com uma lança (João 19.34)
No momento da morte de Jesus, o véu no templo que separava os homens do Santo dos Santos rasgou-se de alto a baixo, mostrando que por iniciativa Divina, não há mais separação entre Deus e os homens. Isto foi terrível a todos os judeus que testemunharam o evento e que não sabiam que isso significava o fim da Antiga Aliança e o início da Nova Aliança. O homem não mais teria que sofrer a separação de Deus por causa do pecado, mas agora seria capaz de se aproximar do trono da graça com ousadia através da oração pelo perdão dos pecados. A vida e a morte sacrificial de Jesus haviam removido a barreira do pecado, tornando possível que o homem obtivesse a salvação pela graça.
CONCLUSÃO
Após a crucificação de Jesus e a sua remoção da cruz, Ele
foi sepultado em um túmulo cedido por José de Arimateia, um homem influente da
cidade judaica. Além de ser membro do Sinédrio, José se opôs ao julgamento e à
crucificação de Jesus (Lucas 23.50-56). Secretamente, ele reconhecia
Jesus como o Messias conforme as Escrituras, porém temia as possíveis
consequências de revelar publicamente sua crença. Nicodemos também ajudou neste
momento, junto com as mulheres, que fizeram tudo para que Jesus fosse sepultado
como um Rei (Mateus
27.38-41).
O grande sacrifício de Jesus não apenas expiou os pecados
da humanidade, mas também representou a vitória sobre a morte, que teria sido o
destino inevitável de todos os seres humanos sob a maldição do pecado. O pecado
acarreta sua própria penalidade inevitável, que é a morte. Nosso Criador é
justo e correto, e por isso exigiu que a penalidade pelo pecado fosse paga. Por
ser amoroso e misericordioso, além de justo, Deus enviou Seu Filho unigênito
para pagar o preço por nossos pecados, sabendo que, de outra forma, estaríamos
condenados eternamente (João 3.16).
O amor e a misericórdia de Deus são plenamente demonstrados
nas palavras de Jesus, enquanto pendurado na cruz, prestes a morrer, quando
pediu a Deus que perdoasse aqueles que o estavam crucificando por ignorância (Lucas 23.34).
O pecador que se recusa a aceitar o presente da salvação proporcionado por
Jesus por meio de Seu sacrifício é o resultado da rebelião e do pecado que o
afastam da sabedoria de Deus.
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Citações Bíblicas: Bíblia NAA - Nova Almeira
Atualizada, Sociedade Bíblica do Brasil.