Atos 10.44 “...o Espírito Santo caiu sobre todos os que ouviam a mensagem”.
Introdução: A pregação do Evangelho tem um
público alvo, todo aquele que precisa conhecer e aprender sobre Jesus. Quando
pregamos o Espírito Santo nos usa para iluminar a mente e o coração das
pessoas, levando à fé para se arrepender e crer na mensagem da Palavra de Deus
(Atos
3.19).
Em Atos dos Apóstolos existem três
tipos de sermão, de acordo com o público: para os judeus, os tementes a
Deus e os gentios, todos alvos do Evangelho de Cristo para a Salvação.
A primeira Igreja e os primeiros
pregadores de Atos nos ensinam como devemos pregar e pra quem devemos levar a
mensagem, bem como precisa ser o conteúdo anunciado para cada público. O
pregador deve ter sensibilidade para perceber quem está presente, o ambiente e
como transmitir sua mensagem de forma adequada para que entendam.
Você sabe para quem tem pregado?
Em Atos dos Apóstolos, a mensagem é
direcionada a três públicos:
1- Pregação aos judeus: Atos 2.14-41;3.11-26; 7.2-53 e 13.16-41
A mensagem aos judeus tinha por
objetivo provar que Jesus era o Cristo, o Messias esperado e que as profecias
haviam se cumprido nele, mas os judeus não aceitaram a pregação. Pedro foi
enviado para pregar aos judeus e Paulo para os gentios (Gálatas
2.7,8).
Muitos sacerdotes, escribas,
fariseus e saduceus creram em Jesus, sem conseguir assumir sua fé por causa da
religiosidade (João 12.42; 19.38,39; Lucas 23.50,51).
Não devemos impedir que a
religiosidade nos impeça de ouvir e entender a mensagem da Palavra de Deus,
como a semente que cai no meio das pedras e não cresce (Marcos
4.16,17).
Na igreja os crentes também são alvo
da mensagem da Palavra de Deus, tanto para arrependimento e continuação do
processo de conversão, como também para sua edificação e fortalecimento no
conhecimento das Escrituras (1Coríntios 14.26).
2- Pregação aos “tementes a Deus: Atos 10.34-43
As pessoas que não eram judeus, mas
que acreditavam no Senhor seu Deus, eram seguidores do judaísmo, chamados no
tempo do Novo Testamento de “tementes a Deus”, como Lídia (Atos
16.14) e Tício (Atos 18.7). Esse grupo de pessoas eram alvo
da pregação dos apóstolos, porque se interessaram pelo Evangelho, como foi o
caso de Cornélio que também era temente a Deus e se converteu (Atos
10.2 e 22).
Várias dessas pessoas “tementes
a Deus” se tornavam “prosélitos”, convertidos ao judaísmo (Atos
2.11; 6.5; 13.43), esse era um dos objetivos dos fariseus (Mateus
23.15). Hoje este grupo poderia ser chamado de simpatizantes da
mensagem, que ainda não se converteram.
A palavra de Deus nos ensina que “o
temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbios
9.10), por isso precisamos temer a Deus, o amando sobre todas as coisas
(Marcos
12.30), para não nos afastarmos de sua presença.
Quando a pessoa já teme a Deus,
facilmente aceita ouvir a sua Palavra, mas a falta de temor, tem endurecido os
corações das pessoas (Marcos 6.52) e cauterizado a mente da geração
atual para não entender a mensagem das Escrituras e distorcer o significado (1Timóteo
4.2).
3- Pregação aos gentios: Atos 14.1-28 e 17.22-31
Multidões vinham a Jerusalém, de
todas as nações para as festividades como a Páscoa e o Pentecostes (Atos
2.9,10), mas eram povos gentios, que acreditavam em outros deuses, mesmo
que se interessassem pela fé dos judeus, ou que talvez estivessem ali por
interesses comerciais, devido ao volume de pessoas.
O apóstolo Paulo tomou a decisão de
pregar especialmente aos gentios, visto que os judeus eram resistentes à sua
mensagem, dizendo “a partir de agora vou para os gentios” (Atos
18.6). A partir de então, “Paulo concluiu: — Portanto, fiquem
sabendo que esta salvação que Deus oferece foi enviada aos gentios. E eles a
ouvirão” (Atos 28.28).
Em Atos
14.15-17 Paulo prega ao povo de Listra e Icônio, na Ásia Menor (Turquia),
que o confundiram com seus deuses pagãos por terem curado um homem (Atos
14.8-13) e mesmo sendo apedrejado pelos judeus (Atos
14.18-20), continua pregando o evangelho até na Síria em Antioquia (Atos
14.21-28), que se torna uma capital do cristianismo gentio, quando
Jerusalém é destruída, sendo o centro de envio de pregadores para o mundo (Atos
13.1-3).
Em Atos
17.22-31, Paulo está no Areópago de Atenas, na Grécia, onde vários deuses
eram cultuados pela religião politeísta grega, mas o apóstolo teve sabedoria de
usar um altar que estava aberto para um “deus desconhecido”, caso se
esquecessem de alguma divindade, ou surgisse alguém de outra religião. Por isso
Paulo diz que havia si um Deus Soberano que eles não conheciam, o Criador do
universo que perdoa os pecados e salva.
O principal alvo da mensagem do
Evangelho deve ser pessoas que não têm igreja e estão afastados da presença de
Deus, como Paulo ensinou: “esforçando-me, deste modo, por pregar o
evangelho, não onde Cristo já foi anunciado, para não edificar sobre alicerce
alheio” (Romanos 15.20). Existem muitas pessoas que ainda
não conhecem Jesus como Senhor e precisamos levar a Palavra para que se
convertam.
Pregue o Evangelho para todos!
Conclusão
Em Atos dos Apóstolos, a pregação aos Judeus tem objetivo de
anunciar o Messias esperado por eles, a mensagem aos “tementes a Deus” anuncia
o Cristo, que morreu pela humanidade e para os gentios anunciavam o Filho de
Deus que veio ao mundo para nos salvar. Em suma, a pregação é uma só, porém
adaptada para a compreensão de cada público.
Como pregadores precisamos buscar esse direcionamento de
Deus para entender o ambiente e as pessoas, falando com o coração para o
coração do povo, sendo conduzidos pelo Espírito Santo, que traduz o sentido da
mensagem e penetra na mente das pessoas convencendo de todo pecado (João 16.8-11). Acima de tudo, fomos chamados para anunciar o “Evangelho a toda criatura” (Marcos
16.15).
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Citações Bíblicas: Bíblia NAA - Nova Almeira
Atualizada, Sociedade Bíblica do Brasil.