A Cultura Romana pecaminosa

Tema: PECADO

gladiadores no coliseu

Romanos 12.2 “E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus’

INTRODUÇÃO: A carta aos Romanos foi escrita pelo apóstolo Paulo estando em Corinto - Grécia, de onde tinha a intenção de ir visitar Roma e pregar o evangelho. Tércio, um escriba e companheiro de Paulo o ajudou na redação (Romanos 16.22) e Febe, uma mulher cristã foi a portadora da mensagem, levando para a igreja dos romanos (Romanos 16.1).

A cultura romana teve um impacto duradouro e significativo na cultura ocidental. Isso nos mostra o motivo de Paulo dizer que não poderiam seguir os padrões ou moldes do mundo. O próprio Paulo se reconhecia como cidadão romano e por isso ensinou que precisavam mudar (Atos 16.37,38 e 22.25-29).



Você está conformado com este mundo?

Vamos conhecer um pouco sobre a cultura romana e as semelhanças com o mundo atual:

Herança cultural romana

Romanos 6.16 “Será que vocês não sabem que, ao se oferecerem como servos para obediência, vocês são servos daquele a quem obedecem, seja do pecado, que leva à morte, ou da obediência, que conduz à justiça?”

Paulo chama os cristãos em Roma para obedecer a Deus e não ao pecado no mundo. Embora estejamos no mundo, não podemos nos deixar levar pelos hábitos contrários à Palavra de Deus.

Existem muitos costumes atuais que são originários da cultura romana:

CALENDÁRIO e relógio: o conceito ocidental de tempo vem do calendário e relógio romano. Os meses do ano têm alusão a imperadores ou deuses (Março – Marte, Julho – Júlio, Agosto – Augusto), o dia romano começava à meia-noite.

DIREITO: O desenvolvimento do direito e da jurisprudência romanos formaram a base de muitos sistemas jurídicos ocidentais modernos.

DEMOCRACIA: O atual modelo de democracia e a república, vem da cultura romana. Os conceitos de cidadania, representação e governo republicano em Roma influenciaram o desenvolvimento das democracias modernas.

ARQUITETURA: Inovações arquitetônicas romanas, como o arco, a abóbada e o uso do concreto, influenciaram a construção de edifícios ao longo da história. Exemplos incluem o Coliseu e o Panteão.

LINGUAGEM: O latim, língua da Roma antiga, é a base de várias línguas românicas (como francês, espanhol, italiano, português e romeno) e influenciou significativamente o vocabulário de muitas outras línguas ocidentais.

LITERATURA: Autores romanos, como Virgílio, Horácio e Ovídio, tiveram um grande impacto na literatura ocidental, sendo suas obras estudadas e referenciadas por séculos.

RELIGIÃO: O cristianismo, que surgiu durante o Império Romano, incorporou e adaptou muitos elementos da cultura romana, influenciando profundamente a cultura e a moral ocidentais.

ARTE: As técnicas e estilos artísticos romanos, incluindo escultura, pintura e mosaicos, formaram a base para o desenvolvimento da arte ocidental.

FILOSOFIA: O ensino e a filosofia romana, especialmente a obra de filósofos como Cícero e Sêneca, moldaram o pensamento ocidental e as tradições educacionais.

INFRAESTRUTURA: O legado das estradas, aquedutos e sistemas de transporte romanos estabeleceu as bases para o desenvolvimento da infraestrutura nas sociedades ocidentais.

TEATRO: Elementos da mitologia e das histórias romanas continuam a influenciar a cultura popular, incluindo literatura, cinema e jogos.

ESPORTES: Sistema de campeonatos, herdado dos gregos e estruturado, divulgado em competições pelos romanos.

CORRUPÇÃO: vários exemplos de subornos e propinas são contados na história, mostrando que os políticos já eram corruptos em Roma.

MATERIALISMO: a busca desenfreada por bens materiais e o luxo eram buscados de forma ambiciosa, especialmente entre as classes altas.

Todos estes costumes são exemplos da influência da cultura romana até os dias atuais.

A Moralidade romana

Romanos 6.12 “Portanto, não permitam que o pecado reine em seu corpo mortal, fazendo com que vocês obedeçam às suas paixões.’

Os romanos antigos tinham uma abordagem complexa e muitas vezes permissiva em relação à sexualidade. Paulo exortou várias vezes os cristãos em Roma a oferecerem seu corpo para Deus e não ao pecado.

Aqui estão algumas das práticas sexuais que eram comuns entre os romanos antigos:

INFIDELIDADE: Promiscuidade sexual era frequentemente desconsiderada, e a infidelidade era comum, mesmo entre os altos escalões da sociedade.

MACHISMO: A relação sexual entre homens e mulheres era a norma, e o casamento tinha um papel importante na sociedade romana. As mulheres eram frequentemente vistas como objetos de desejo e figuras centrais na vida familiar.

BESTIALIDADE: práticas sexuais com animais eram comuns entre os romanos.

HARÉNS: ricos e governantes tinham haréns, às vezes de mulheres e rapazes, que eram seus amantes.

PEDERASTIA: ou pedofilia, a prática de ter relações com crianças e adolescentes era comum. Pais entregavam filhas e filhos para serem servos, sabendo que seriam abusados.

ESTUPRO: os senhores feudais se viam no direito de estupro de qualquer donzela no tempo medieval. O estupro era considerado crime, mas era muito comum. Soldados se viam no direito de estuprar vítimas das guerras.

HOMOSSEXUAIS: A homossexualidade era relativamente comum, especialmente entre homens. A dinâmica de poder era significativa, e homens adultos falavam abertamente sobre seus interesses sexuais por jovens rapazes ou escravos, enquanto manter relações sexuais com um homem mais jovem era socialmente aceitável, desde que o homem mais velho assumisse a posição dominante (Romanos 1.26,27).

PROSTITUIÇÃO: a prostituição era uma prática amplamente aceita e regulamentada em Roma, com diferentes tipos de profissionais do sexo, desde os mais baixos até os de elite. As casas de prostituição existiam em várias formas, e as prostitutas podiam ser livres ou escravas.

ORGIAS: festas e orgias eram parte da cultura romana com consumo excessivo de comida e bebida, e a sexualidade frequentemente se tornava um elemento proeminente.

FETICHES: uso de roupas ou objetos específicos para excitação sexual, embora os registros sobre isso sejam mais escassos.

NUDEZ: o vestuário e a nudez eram utilizados como formas de erotismo. Estátuas representavam o corpo nu sensualizado.

SEXO EM PÚBLICO: banhos públicos ou festas, não era incomum, embora houvesse limites sociais e legais para isso.

INCESTO: registros de casamentos e relações incestuosas em mitos e várias figuras históricas, embora fossem malvistas e consideradas tabus.

RELAÇÕES COM ESCRAVOS: escravos eram usados e vistos como propriedade dos seus senhores, sem direitos.

DOENÇAS VENÉREAS: muitas doenças já existiam, como Sífilis e Gonorreia, infectando milhares de pessoas e chegando a matar.

Todos estes pecados sexuais são comuns nos dias atuais, mostrando como o mal é antigo e a influência sobre a sociedade moderna, mas principalmente que a Igreja precisa se posicionar e não se render a estes costumes.

Religiosidade romana

Romanos 1.16,17 “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. Porque a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: “O justo viverá por fé.””

Muitos elementos da religiosidade romana foram recebidos de outras culturas e eram levados para outros povos. Paulo chamava os cristãos a não ter vergonha do evangelho e não se render aos ídolos.

DEUSES: Roma era politeísta, e o catolicismo nomeou santos padroeiros para dias e lugares.

MISTICISMO: a diversidades de cultos e deuses mitológicos, criava muitas superstições e crendices.

CASAMENTO: o modelo das cerimônias de casamento atual é romano. Na Bíblia, a noiva que fica esperando o noivo chegar (Cantares 2.10; Mateus 25.1-13).

TEMPLOS: os modelos de templos suntuosos, retangulares, com colunas e as pessoas em fileiras de assentos e o dirigente num palco à frente é romano. No tempo bíblico as sinagogas eram circulares, com o dirigente ao meio.

PERMISSIVIDADE: Roma tolerava outras religiões, mas seus deuses deviam ser respeitados. A sociedade era liberal e os governantes eram divinizados.

O liberalismo atual é fruto desta cultura romana, que ainda hoje atua na sociedade.

Violência romana

Romanos 14.19 “Assim, pois, sigamos as coisas que contribuem para a paz e também as que são para a edificação mútua.”

A violência era grande em Roma, mas os cristãos romanos eram pacíficos e cordiais, ganhando a simpatia do povo em Roma. Paulo ensinou que “se possível, no que depender de vocês, vivam em paz com todas as pessoas” (Romanos 12.18).

Exemplos da violência romana:

GLADIADORES: o gosto por lutas de gladiadores sangrentos, revelava um prazer pela violência e pela morte como forma de entretenimento.

ESCRAVOS: a população de escravos era maior do que de pessoas livres, muitos cristãos eram escravizados.

HOMICÍDIOS: a violência era muito alta, a vingança era uma prática comum e os homicídios também.

GUERRAS: as guerras romanas dizimavam populações e muitos homens iam para a guerra e não voltavam nunca mais.

INFANTICÍDIO: era comum matar crianças recém-nascidas, por questões financeiras, se estiver doente e principalmente por não querer.

ABORTO: o aborto era praticado das formas mais brutais, com remédios e retirando fetos de forçados, chegando muitas vezes a morte da mãe.

VÍCIOS: jogos já eram comuns, o vinho era essencial na vida romana, e o consumo excessivo levava a comportamentos irresponsáveis e violentos.

Toda esta maldade é fruto do pecado, mas o povo de Deus era diferente e tinha amor uns com os outros.

Os cristãos em Roma

Romanos 1.7,8 “A todos os amados de Deus que estão em Roma, chamados para ser santos. Que a graça e a paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês. Em primeiro lugar, por meio de Jesus Cristo, dou graças ao meu Deus por todos vocês, porque a fé que vocês têm é proclamada no mundo inteiro.”

Quando Paulo estava em Roma, escrevendo aos cristãos de Filipos, disse que havia “santos na casa de César” (Filipenses 4.22), mostrando que até na residência imperial o evangelho havia chegado. O testemunho dos cristãos impactou a sociedade e muitas pessoas se convertiam.

O historiador Rodney Stark em seu livro O Crescimento do Cristianismo, revela que os cristãos eram mais saudáveis, não tinham vícios, nem doenças, não eram violentos, eram honestos e cordiais. A expectativa de vida era baixa no primeiro século por causa das guerras, violência, epidemias e doenças sexuais. Com isso, a população cristã cresceu mais que a dos cidadãos romanos e o cristianismo aumentou na capital do Império. Os cristãos eram solidários e ajudavam as pessoas carentes e doentes, levando o Evangelho.

Os romanos perseguiam os cristãos, assistiam a morte deles no coliseu, suas crianças sendo devoradas e famílias inteiras despedaçadas. Mesmo assim os cristãos eram amorosos com os romanos e por isso eles não suportaram, se rendendo ao cristianismo.

Não se conforme com o mundo!

CONCLUSÃO

Romanos 6.14 “Porque o pecado não terá domínio sobre vocês, pois vocês não estão debaixo da lei, e sim da graça”

Somos romanos. Vivemos numa cultura pecaminosa, mas não nos conformamos com os costumes do mundo e precisamos levar o Evangelho. A carta aos Romanos é o livro do Novo Testamento onde mais aparece a palavra pecado (38 vezes), mostrando que essa era a preocupação de Paulo e esse era o problema que viviam. Assim nós também precisamos desta mensagem.

Como cristãos somos sal e luz neste mundo (Mateus 5.14) e nosso testemunho prova que não estamos conformados. As lutas são grandes porque estamos na contramão do mundo. Muitas vezes somos perseguidos, mas vivemos fiéis ao Senhor.

Tome a decisão de não se conformar com o mundo!

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Citações Bíblicas: Bíblia Nova Almeida Atualizada, Sociedade Bíblica do Brasil.

STARK, Rodney. O crescimento do cristianismo. São Paulo: Paulinas, 2006. pp. 96,97 e 111-113.

WALKER, W. História da Igreja Cristã. 2.ed. Sao Paulo: ASTE, 2006. Página 60.

BERCOT, David W. Que falem os primeiros cristãos. São Paulo: Literatura Monte Sião do Brasil, 2013. Páginas 31,32.

RODRIGUES, Welfany Nolasco. A Evangelização na Igreja Primitiva. Belo Horizonte: Filhos da Graça, 2015. 

Rev. Welfany Nolasco Rodrigues

Pastor Metodista, professor e escritor. 45 anos. Casado com Ássima, pai de Heitor e Hadassa. Natural de Muriaé MG. Bacharel em Teologia pela UMESP.

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